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Capítulo 22: Leviatã

Música Recomendada: Abort Mission - James Newton Howard

Afasta-te De Mim:

No pélago voraz da quimera suástica, ergue-se o tentáculo do polvo rabino,
Octópode abismal do chacal lazarento que dança o foxtrot sem tino,
Caçador de vidas, no ramadão da morte, a bela maçã permitida apodrece,
Lacaio que fuma um charro, heresia, monstruosidade que arde e arrefece

Não Aguento Mais:

A casquinar no cume da sucata real, a snifar neblina trucidada em mágoa,
Orgulho ariano, barbárie omnipotente, detergente de vinho tinto e água,
Sanguessuga possessiva, que ejacula o géiser gangrenoso dos pecados,
Morde, arrota, os esqueletos que atravessam os vidros, pobres malfadados…

Mata-Me Logo Seu Cabrão:

Liberta-me, exorciza-me, do escárnio desta alma louca que não é minha,
Desinfecta-me, purifica-me, esta ferida que me destrói e definha...

Fui:

Laivos de escarlatina irrompem pelas minhas veias em octana, vou morrer,
Por cada um de nós que tombar, outro se erguerá para te abater...

“Exercerei contra eles uma vingança terrível, castigando-os com furor
. Então, reconhecerão que Eu sou o Senhor, quando fizer descer sobre eles a minha vingança.”

Ezequiel, Cap.25-V.17

Autor Da Imagem: Paulo César Em http://paulocesar.eu

Última Transmissão Humana © 2013. Todos Os Direitos Reservados.

Capítulo 21: Boeing Fatale

Música Recomendada: After The Crash - Michael McCann

Abdul-Malik, o servo do mestre, amarrado voluntariamente a um vasto colete islâmico, abarrotado até ao pescoço com engenhos explosivos de fabrico artesanal, vociferava convictamente os manuscritos sagrados do intocável “Alcorão”, naquele acto epifânio que antecedia a cremação do seu corpo esbanjado numa moeda de pó.
Ajoelhado na alcatifa manchada de vida, aos pés dos dois comandantes apunhalados, brutalmente retalhados com três golpes perfeitos desferidos na nuca, o terrorista muçulmano, sadicamente empedernido no habitáculo de pilotagem, executava o derradeiro rito para despenhar o "boeing fatale", no coração inocente das indestrutíveis torres gémeas do “World Trade Center“. Naquele segundo funesto, após a queda abrupta das máscaras de oxigénio sabotadas, eu rastejava verticalmente para proteger com adarga a minha família de porcelana que juntamente com os restantes indivíduos da tripulação aterrorizada, sucumbiam num sono asfixiante, induzido pela densa nuvem de gás “Sarin“ que paralisava as principais funções motoras daquela gentalha atordoada, compelida a validar a concordata xiita de uma “Guerra Santa“ aparentemente silenciosa.
Os gemidos abafados de agonia, extinguiam-se na tempestade furiosa do justiceiro espezinhado pelo mundo, no âmago das suas crenças mais obscuras, suportadas pela bandana de sangue que esvoaçava amedrontada naquele bafejo periclitante, sorvido pelos poros latejantes dos membros superiores que deslizavam pela vidraça suada do cockpit sequestrado, forrado com um papel higiénico vulgar com “ganas” de gritar a sua “Jihad“. Cedi no corredor venenoso das Termópilas, quase a alcançar o braço puerício do meu bondoso filhote, encurralado na pilha de assentos obesos, empacotados rigidamente com os cintos de segurança encravados em cada cintura, como sarcófagos improvisados em câmara-ardente, chupados pelo vórtice elíptico do animal dos céus abatido endogenamente.
As minhas persianas venezianas, desligavam potestativamente os vidros fumados das duas janelas britânicas, constrangidas pela inópia biológica do sistema imunitário ameaçado, imiscuído no estado tórpido mas vigilante dos sentidos. As asas elásticas do falcão colossal, torciam com a violência atroz da força gravitacional, mastigadas pelas turbinas aguçadas dos reactores tuberculosos que vomitavam piroclastos de “penas sólidas“, quase a calcinar numa cratera de vítimas humanas.
Mumificados para uma morte obediente, as burjacas de batata com pele, descascavam-se imaculadamente com o terramoto aéreo, encomendado inconscientemente por aquele paciente magnânimo que sofre de um transtorno dissociativo de identidade, Jesus do bem, Judas do mal.
Eu sou o passageiro registado com o número treze, sobrevivi os últimos dez anos da minha vida desprezível, ligado a um ventilador artificial, pregado à solidão de uma cama hospitalar, um vegetal fora do prazo de validade em estado de coma, perdido nas vivências alienígenas do meu “alter-ego“, num universo paralelo e esquizofrénico onde só eu posso entrar…

P.S – O resto da verdade anda por aí…

A Continuar...

Autora Da Imagem: Maria Teixeira Em: http://Olhares.aeiou.pt/alive


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Capítulo 20: Tempus Fugit

Música Recomendada: Ruthless Gravity - Craig Armstrong

Deportado do vaivém nacional, todo fodido pela coação feudal do monarca ariano, mergulhei crucificado para o pântano cosmológico, num salto em queda livre, abraçado aos legos carcomidos da nave esburacada que flutuavam em direcção à antiga estação espacial russa.
“Mir” para os camaradas nostálgicos, sequiosos de vodka, vendida a preço de saldo pelo terceiro neto do falecido Putin, presidente empossado de um “Kremlin” quase falido pelas luxuosas "rameiras” políticas da “Mother Russia”. Apupado na “Praça Vermelha” pelo vulgo soviético, injuriado na “Duma” pelos coiotes Estalinistas, aproveitou o meeting diplomático na “taberna” milionária de Seul, para viabilizar um consórcio misterioso que visava converter o hotel cosmonauta na nova Alcatraz do séc.XXI.
A quatrocentos quilómetros de altitude, erguiam-se as grades profanas do hodierno contentor prisional, que acomodava o lixo ganancioso da nata social. Exilados da fama exorbitante pela bófia dos mafiosos elitistas, cunhavam os rublos per capita da factura estadual, num circuito monetário cada vez mais desgastado pelas crises sistémicas da economia global. Mercadoria da ralé, negociada em francês, ao sabor de um odorante conhaque, refrescava o hálito repugnante da escumalha vadia que alienava eternamente as instituições democráticas, como um elixir revigorante do proclamado estado de direito.
Instalações equipadas com a tecnologia mais avançada, eram patrulhadas exaustivamente por sentinelas robotizados que acatavam religiosamente as ordens imperativas emitidas por um minúsculo telecomando de bolso, operado rigorosamente por outras máquinas inteligentes com patente oficial superior. Arrogantes por natureza, os “homens” de aço infalível, substituíam os seus “congéneres” de osso com defeito, anilhas sem salário, parafusos eficientes, microchips competentes, obstinados pelo trabalho. Reclusos finórios, abandonados na sua comuna velhaca, na solitária da solidão perpétua, sem dó nem piedade, serviam-se de algumas mordomias materiais, apenas para alimentar o xadrez megalómano da sua morte mediática. A gravitação possante, aspirava-me o peso subnutrido, débil e vil, acabrunhado pelas ventosas centrípetas das celas plutónicas que emanavam o gelo das almas cretinas, encarceradas num covil faustoso para sempre. A sedutora voz de fadista, subitamente libertada pelo microfone do altímetro falante, inserido supersticiosamente em torno do pulso vital, anunciava os últimos cinco segundos para o impacto brutal com a choldra sinistra, desejosa de acolher o “big bang” da teoria do caos.
Na cogitação filantrópica da frágil condição humana, elevei corajosamente os restantes quilates do meu dedo pesado como chumbo bruto, na tentativa ousada de distender a argola escorregadia que envolvia o fato isotérmico numa espuma carbónica protectora, naquela margem temporal de reacção em que tudo se esfuma e o tempo voa.

" Invictus "

Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.
Na garra cruel da circunstância,
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso,
Minha cabeça está sangrenta, mas erecta.
Além deste lugar de fúria e lágrimas,
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos,
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.
Não importa a estreiteza do portão,
Quão cheio de castigos o pergaminho,
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

William E. Henley


A Continuar...

Autor Da Imagem: José Paiva Em
http://Olhares.aeiou.pt/JP8296

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